quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

( PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DA FAIXA DE GAZA)

Pensei em não falar do conflito atual na Faixa de Gaza,da ofensiva israelense àquele território, visando à eliminação do Hamas,uma organização palestina que não reconhece a existência do Estado de Israel e controla a Faixa de Gaza.Mas não resisti e senti vontade de falar,mesmo correndo o risco de não dizer nada.
O que sei dos conflitos que se estabelecem no Oriente Médio é o que li nos livros de História e nos jornais e vi nos documentários e noticiários de televisão.Não tenho aqui a pretensão de fazer nenhuma análise sobre eles.Nem tenho capacidade para tal.Vou só colocar aqui o meu sentimento sobre a construção das guerras na história da humanidade,de forma bem simples,talvez ingênua,sem me ater ao atual conflito.Não vou tomar partido de judeus ou palestinos,nem optar por atribuir ao Hamas o status de grupo militar terrorista e de resitência islâmica,que aterroriza a vida dos judeus,ou de um grupo político e de assistência social,que constrói escolas,hospitais e distribui comida para o povo e,com isso,ganha amparo de parte da população palestina numa causa que considera justa.Mas não posso deixar de expressar uma convicção,que é minha e de muitos, de que o uso da força é sempre o pior meio de se resolver qualquer conflito,e a minha quase convicção de que a história humana é uma história de guerras.
Procurei colocar,aqui,uma imagem bem amena ao invés de uma das muitas que foram divulgadas pelos meios de comunicação que traduzem parte da crueldade e dos horrores vividos,especialmente,pela gente palestina.E,se digo parte da crueldade e horrores,é porque penso que de uma imagem,por mais real que seja, só se podem fazer abstrações.A imagem acima combina mais,creio,com os versos que seguem,simples,despretenciosos e que foram pensados sem esta introdução,inspirados no momento atual,frutos das minhas humildes reflexões de agora e de antes.
Terra,uma imensidão de terras e águas.
Da terra e da água,o barro.
Do barro,o homem.
E esse homem,
cujo atávico destino é o retorno ao pó,
quis compor outros destinos.
E dotou-se dos mais diversos
e contraditórios sentimentos:
amor,ódio,cobiça,ambição,justiça,
coragem,covardia,medo,bravura,
crueldade,ternura e tantos mais.
Muniu-se de lanças,balas,canhões,mísseis,
armou-se de ideologias,de crenças e de religiões
e saiu traçando riscos sobre a Terra,
transformando-a numa colcha de retalhos,
somando,subtraindo,multiplicando,dividindo,
demarcando faixas e sub-faixas de terras,
criando cidades,estados,países,impérios,
promovendo condomínios,favelas,guetos
e até uma Faixa de Gaza.
E segue o homem rumo ao seu atávico destino,
amando,odiando,matando,morrendo,
construindo,destruindo,atacando,defendendo,
traçando novos riscos
e fazendo do Planeta Terra
um imenso palco de guerra.





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