quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Gosto muito de História.De História da Humanidade,em geral,e de História Grega em particular.Procuro sempre ler livros e assistir a documentários que tenham episódios e personagens históricos marcantes como tema.
Acredito que este gosto por História ajudou-me a confirmar uma suspeita despertada em mim por algumas obras da Literatura que andei lendo ao longo da vida,especialmente os grandes clássicos.A suspeita de que os problemas da humanidade,a condição humana,os defeitos e virtudes dos homens são os mesmos em todos os tempos,e que o que muda são apenas as circunstâncias.
O homem vem cometendo pecados desde que o mundo é mundo,sendo que alguns deles são mais freqüentes em certos períodos.As guerras,as formações de impérios,as histórias de intrigas e traições nos vários impérios,as revoluções etc não me deixam mentir.
Penso que a História me permite ver muitos dos fatos atuais com outros olhos.Quando ocorre um fato chocante como,por exemplo,um crime,um assassinato brutal,ele gera uma indignação,uma comoção social (ainda bem que é assim!),mas junto ao coro dos indignados há também o dos que acham que o que anda ocorrendo no mundo é um "sinal dos tempos" e ainda costumam acrescentar frases do tipo 'Nossa! Aonde vamos parar assim;ninguém respeita mais ninguém;ninguém respeita mais as leis de Deus'.
Muitos não sabem,mas,procurando,vão encontrar,em qualquer época da história da humanidade,crueldades piores do que as de hoje,cometidas,inclusive,em nome de algum deus.
Pois é,acho que a História nos traz a compreensão de que os defeitos humanos são os humanos defeitos,latentes em nós,prontos para serem colocados em prática a qualquer momento.E há sempre leis e circunstâncias tanto para contê-los quanto para fazê-los aflorar.
Quando se trata de analisar personagens históricos famosos e marcantes, então é que vemos que o julgameto da História é,em geral,o mais completo.Não digo o mais verdadeiro,até mesmo porque a História,já disse alguém,costuma ser escrita pelos vencedores.Há personagens que prevalecem pelas suas grandes contribuições para a humanidade,apesar dos seus inúmeros defeitos,suas crueldades,assim como há aqueles que são lembrados pelo mal que fizeram,pelas suas atrocidades,não sem algum reconhecimento de seus legados positivos.
Figuras fascinantes como Júlio César e Napoleão Bonaparte,por exemplo,biografados,analisados por muitos historiadores são daqueles personagens dos quais as reputações oscilam entre as de heróis e as de vilão (que nenhum francês me leia,já que eles têm Napoleão como um Deus).Mas o certo é que na avaliação de quase todos os historiadores,ambos não foram piores que os políticos de seus tempos,chegando a ser melhores muitas vezes,considerando quaisquer que fossem os objetivos e a moralidade de ambos.
Sobre esses grandes personagens históricos de todos os tempos,inclusive os mais recentes,eu me pergunto:Será que eles foram o que foram impulsionados pelos seus defeitos ou pelas suas virtudes? E aí recorro à Literatura e encontro em Clarice Lispector: "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro".

domingo, 26 de outubro de 2008


Porque te amo é que vivo
entre o que sou e o que quero.
Verdadeiro,quero ser inteiro.
Inteiro,quero ser completo.
Fraco,quero ser fortaleza.
Forte,quero ser terno.
Robusto,quero ser suave.
Denso,quero ser repleto.
Repleto,quero ser puro.
Intenso,quero ser remanso.
Náufrago,quero ser abrigo.
Amante,quero ser amigo.
Amigo,quero ser companheiro.
Distante,quero ser lembrança.
Ausente,quero ser saudade.
Simples,quero ser amor.
Amor,quero ser para sempre.

sábado, 25 de outubro de 2008

Bom dia,meu Amor!
Mais uma manhã te recebe
e te reverencia,
como Luz que és
sem a qual não há o dia.
Eu,depois de uma noite
a embalar teu sono,
recebo de presente mais um dia
com o gosto dos teus beijos
que amanhece em mim.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ainda me sinto o mais feliz dos homens
porque houve um tempo
em que eram meus
os lábios que são teus
e,desde sempre,ainda são teus
os lábios que carrego como meus.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Há sempre noites a me lembrar de tua falta,
quando a tua ausência é um grito
a romper-me o silêncio.
Então invento teu corpo sob meus lençóis
e,olhos fechados,revivo tuas carícias.
Não me falta memória
para sentir em minha boca
o gosto doce do que bebi em teus seios,
para sentir em minha pele
o calor do teu corpo,
o furor dos teus beijos.
Transborda em mim
o desejo de esperar tua chegada
e,então,ser teu amante
por toda madrugada.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ESPERA
Quando,na noite solitária,
uma dor pungente me invade,
não choro o choro da saudade,
espero o sonho,
o sonho é minha realidade.
Quando,na manhã,não a percebo
(você não veio),
não me desespero,
espero,
pois sei que,se você não veio no hoje
que já veio,
virá no amanhã,
que sempre vem.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Teus olhos enternecem meus olhos,
e os nossos olhares são confissões incontidas,
revelando suaves desejos de primavera.
Teus lábios enlouquecem meus lábios,
e os nossos beijos,molhados de desejos,
são lábios que dançam,extáticos,livres.
Teus seios fomentam meu êxtase,
e os nossos delírios são poesias,
confidências em versos sentidos,
sonetos de intimidade.
Teu corpo sublima meu corpo,
e o nosso amor são penetrações consentidas,
gemidos em dó maior,
numa harmonia intermitente,
porém interminável.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


A noite ia ser longa.Imaginava até que nem conseguiria dormir,tamanha a ansiedade que tomava conta dele.Ela chegaria na manhã seguinte.Há três anos não se viam;pouco se falaram nesse tempo,e esse pouco seria nada,não fosse ele um persistente incorrigível.
Ainda era dia claro quando resolveu deitar-se.Já acostumado a ter as noites a lembrar-lhe de uma ausência,desejou esta noite,véspera de uma tão esperada presença.Não tendo o poder de adiantar o tempo,fez o que podia:fechou todas as janelas da casa,todas as cortinas,não permitindo uma fresta sequer que acusasse o dia.Sentiu-se poderoso,criando a sua noite e,com um sorriso nos lábios,disse 'Fiat Noctum'.
Agora,estava ele em sua cama,contraído,pensando em como seria o reencontro com o grande amor da sua vida,o reencontro desejado,sonhado por tantas noites solitárias.Pensava no que iria falar,se choraria,se haveria beijos e abraços,se falariam das angústias,se suas almas se reconheceriam,se haveria um novo começo.Pensava no martírio de lembranças que a distância criou nesses anos todos de ausência.Pensava,e sentia o seu coração doer,na mais cruel das dúvidas:ela ainda o amava?
Não querendo mais pensar e querendo,mais do que tudo,que o outro dia chegasse logo,ele começou a recitar os versos que escreveu para ela(centenas) nesse tempo todo de abandono.
E o sono,que não costuma ser generoso com os aflitos,apiedou-se daquele coração cheio de amor e invadiu-lhe os sentidos no momento exato em que ele,o persistente incorrigível,sussurava:'esperar-te-ei até o fim dos meus dias'.

sábado, 11 de outubro de 2008


Sinto muita falta da minha amada todos os dias.

Hoje é um daqueles dias,como muitos outros,

em que me entrego docemente à saudade

e sinto que todo o meu ser

é só o meu coração.


Não sei se de fato é assim,

mas creio que quem passa por mim

vai ouvindo do meu coração

o não segredo que ele revela,

pois cada batida dele ecoa o nome dela.



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BEIJOS GUARDADOS
Naquele tempo em que a minha boca ávida
buscava na tua,além do amor,a vida
guardei teus beijos,todos, dentro de mim.
E,no beijo que me deste na partida,
o prenúncio de um inverno sem fim.
Ficou o frio,foi-se o amor sem despedida.
Ficaram,em mim,teus beijos,minha vida.

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