quarta-feira, 30 de setembro de 2009


UM INVERNO SEM FIM
Naquele tempo em que a minha boca ávida
buscava na tua,além do amor,a vida,
guardei teus beijos,todos,dentro de mim.
E,no beijo que me deste na partida,
o prenúncio de um inverno sem fim.
Ficou o frio,foi-se o amor sem despedida,
ficaram em mim teus beijos,minha vida.

*Não sei por que,mas hoje me deu vontade de postar este poeminha que já foi publicado aqui em 01/10/2008 (um ano amanhã!!)

domingo, 20 de setembro de 2009

Não tendo encontrado
o bálsamo que curasse
a sua enfermidade,
prosseguia louco em
seu sonho de Apolo,
não mais um deus
da medicina,mas
ainda um deus da
poesia e da música.
E,ali,diante do Oceano,
com seu violino invocava
às Musas um canto lírico
e esperava que surgisse
das espumas do mar,
trazidas pelas ondas,
não mais Dafne,a mais
bela das mulheres,
aquela cujos olhos
brilhavam como estrelas,
razão da sua enfermidade,
mas,quem sabe,Vênus,
deusa do amor e da beleza,
a mais bela das deusas.

domingo, 13 de setembro de 2009

Enquanto se dirigia para casa,depois de sair do trabalho,ele dizia a sua esposa,que o acompanhava no carro,em um tom melancólico e um tanto dramático:

- Não aguento mais aquele meu patrão.Vive criticando meu trabalho,me tratando como se eu fosse um funcionário qualquer.Há mais de dez anos que eu me dedico à empresa,quase me matando a cada dia para garantir a produção,e ele,só porque tem aquela pós-graduaçãozinha em gestão de negócios,acha que sabe mais do que eu,que pode se dirigir a mim daquela forma arrogante.Tudo bem que ele me paga um bom salário,mas podia me respeitar como um ser humano.Um empregado seu,sim,mas,antes de tudo,um profissional que também tem sentimentos,não é mesmo,meu bem!

Sua esposa,já acostumada com aquelas lamúrias,sem querer esticar a conversa,fez um afago em sua cabeça e disse em um tom animador:

- Hoje é sexta,meu amor,o final de semana está aí.Além do mais,o baile do Rotary,esta noite,vai ser maravilhoso,tenho certeza.

Chegando em casa,ele foi logo se preparar para o baile.Antes do banho,foi lá recomendar à Sérvula que cuidasse da sua roupa,que passasse com muito cuidado aquele seu terno novo.E com uma forte advertência dita em altíssimo e bom som:

- Vê se faz direito o serviço,viu? Quero o terno impecável desta vez.Nada de marcas como naquele outro da semana passada.E lembre que este meu terno é caríssimo.Se estragá-lo,vai ter que ficar uns cinco meses sem receber.Aliás,depois que eu assinei a sua carteira,parece que você ficou mais relaxada no serviço,mais tonta do que de costume.

Sérvula,que já deveria ter largado o serviço há mais de duas horas,ouviu tudo resignada,não sem uma pitada de insatisfação que lhe agitava os pensamentos e fazia arder-lhe os olhos.E não era para menos.Já estava cansada de fazer horas extras e não receber por elas,mas,sobretudo,doía muito nela aquele jeito com que seu patrão lhe dirigia a palavra,sempre áspero e sem jamais colocar um 'por favor' nas frases.
Ela,que não era de se lamentar,acostumada a não ter em casa um companheiro para ouvir uma lamúria sua,foi lá fazer o que o patrão lhe ordenara.Mas,desta vez,resmungava com os seus botões,fiéis ouvintes dos poucos lamentos seus:

- Pôxa,tudo bem que ele é o meu patrão e que é com o salário que ele me paga que eu sustento os meus três filhos,mas bem que ele podia me tratar melhor,né? Tá certo que ele é um homem estudado,tem diploma,mas custava ele me respeitar pelo menos como gente.Afinal,como dizia a minha finada mãezinha -que Deus a tenha - nós somos todos filhos do mesmo bom pai.

sábado, 5 de setembro de 2009

Quando dormes
assim,envolvida
em meus braços,
repouso em ti
os meus sonhos.
No teu corpo,
abraço o que existe,
e,olhos fechados,
vivo a ventura de
dormir a tua noite.

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