domingo, 7 de setembro de 2008


Dizem que mal de amor se cura com o tempo.É só esperar que os dias passem;não há ferida que não cicatrize,não há amor que resista.
A verdade é que,querendo sair do sofrimento,o doente de amor passa os dias tentando ajudar o tempo nessa tarefa da cura.Assim,ele começa a represar suas lágrimas,a abafar seus gemidos,a fechar seus olhos,a calar sua voz e a repreender sua memória(ah! essa memória que insiste em nos fazer voltar no tempo,e sem a qual não somos).
Mas é preciso mais.Dá-se,então,início a um novo tempo,o tempo da desconstrução,das indelicadezas,da indiferença,no qual o doente de amor irá se encarregar de apagar os sentimentos,de desatar os laços de ternura que o prendiam ao ser amado;uma tarefa nada fácil quando os laços não são simples,quando eles já se tornaram nós.
É o senso prático que dita que assim seja.Já que o tempo cura tudo,o que importa é o tempo que vem e não o que já foi.Fora disso,tudo é loucura,é sonho,pois só os loucos,os sonhadores querem insistir em um amor que já não é correspondido e viver na loucura,recitando poesias ao vento,buscando na memória cada instante de prazer vivido ao lado do seu amor,dialogando com a lua e com as estrelas,viajando no tempo sem querer voltar,sentindo o cheiro da pessoa amada.
É assim que vivo os meus dias,numa loucura suave. Em meu ser tudo é tempo,que despreza o tempo que veio antes de eu conhecer minha amada e não consegue alcançar o tempo que me faça esquecê-la.Já não vislumbro o tempo que me cure,já não espero o amor,já não desejo mais nada nos dias que vêm,a não ser descansar em meus sonhos e amar,amar,amar,amar,amar,amar,amar....

1 comentários:

Anônimo disse...

lindo :)

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